quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Um mergulho na terra para retirar a venda que a arte nos impôs.

A relação da artista com a terra está ligada a procura de um autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, e é através dessa experiência que a sua arte foi se elaborando e apresentando novas possibilidades para o viver e o fazer.
Vida e arte se movendo num terreno comum, o que lhe interessa não é simplesmente apresentar uma ação artística, mas agregar a arte, algo que se apresente como um enigma, não para ser desvendado, mas para gerar novos enigmas. A relação alquímica da artista com os elementos da natureza seja o barro, a grama, a ferrugem, tem se revelado uma fonte de potência poética.

Criandos ambientes poéticos destinados a ser um espaço para a manifestação da vida, uma abertura no solo, revestido com grama, convida o publico a comunhão com o elemento terra, a um rito, entre o frio e o quente, o vazio e o cheio, a terra é removida do seu espaço, dando lugar a uma cavidade, uma quase moradia. O que a artista propõe é que todos os participantes vivam novas sensações

Podemos pensar esta descida como um encontro entre vida e morte, é só lembrarmos, que para os Astecas, a terra é a mãe criadora, mas também aquela que se alimenta dos mortos, sendo, portanto também destruidora.

Através da construção deste sítio específico, Sabyne Cavalcanti, procura expandir a percepção do mundo apreendido e a importância de ser e estar aqui, compactuando este lugar; isso é a vida feito arte.

Solon Ribeiro